3 de dez. de 2011

Travesti mata o pai e se entrega à polícia. Nova moda: Se não aceitar Homossexual, morre!

O travesti Joilton Souza da Silva, 22 anos, conhecido como Celena, matou o pai, Jurandir Xavier da Silva, 52, com golpes de estilete no pescoço no início da noite da última segunda-feira, 20. O crime ocorreu em Candeias (Grande Salvador). Ver a mãe, Luzia Dias de Souza, 55, jogada no chão e sendo chutada por Jurandir teria motivado o crime, alegou Joilton.
Segundo o delegado titular da 20ª CP (Candeias), Osman Lordeiro, por ter se apresentado espontaneamente na unidade, ter residência fixa e alegar ter agido em defesa da mãe, ele responderá pelo crime em liberdade.

Jurandir sobrevivia de biscates e venda de sucata. Segundo o delegado, existiam queixas das agressões dele contra a mulher, mas era impossível dar prosseguimento ao caso: “A vítima voltava atrás e as retirava”. Joilton foi à delegacia duas horas e meia depois do crime. Ouvido por A TARDE, se disse arrependido. “Eu só queria intimidar, não tive a intenção de matar meu pai. Fiz isso por minha mãe. Ele me deu um murro na boca, veio em cima de mim e eu revidei. Na hora, achei quem me desse fuga, mas vou pagar pelo que fiz. Ninguém tem o direito de matar”, contou Joilton, aos prantos.
Apesar de muito abalada e admitindo que o marido a agredia, a dona-de-casa Luzia Dias de Souza acusa o filho. “Ele já bateu no pai e até cortou meu dedo com uma faca. Meu amor por ele acabou. Ele não precisava fazer isso”, disse a mulher à equipe de reportagem.
MEDO – Mesmo liberado, Joilton permaneceu na delegacia até o final da tarde desta terça-feira, 21, com medo de ser agredido. “Sempre sofri preconceito da família e de outras pessoas que não me aceitam”, disse o homicida.
Segundo a vizinha Eliane Souza Azevedo, 35, “a briga fazia parte da rotina. Celena usava drogas, batia na mãe, no pai, já agrediu os irmãos e brigou com todo mundo aqui. O pai também batia na mãe”. Ela contou que, há um mês, Joilton “me levou uma palmeira para comprar drogas e me ameaçou de morte”. Joseilson Souza, 19, irmão do criminoso, revelou que Joilton “sempre teve temperamento agressivo”.
Vizinhos também acusaram Joilton de matar um homem conhecido como Domingos, há três anos, e de ter dado uma facada no braço do pai há um ano. Mas, segundo o chefe do Serviço de Investigação da 20ª CP, Washington Ferreira de Paula, só constam registros de brigas com vizinhos no nome dele.
Joilton nega as acusações dos vizinhos e parentes: “Não sou violento. Quando uso crack, fico isolado do mundo, sozinho. O problema é que meu jeito alegre causa raiva em muita gente”.
MULHER – Joilton morava em uma casa, ao lado da mãe, com uma mulher de prenome Auana. Mantinham relação há oito anos: “Em casa, éramos um casal e, na rua, fazíamos programas”. Joilton contou que já trabalhou em restaurante, salão de beleza e complementava a renda vendendo frutas.
Aos 10 anos, ele disse que já era explorado sexualmente: “Saí de casa, pois minha família não me aceitava como homossexual. Fui agredido por meu pai várias vezes, sofri violência de inúmeras pessoas só por ser como sou”. A mãe ratificou: “Eu e o pai não aceitávamos. Na família, isso nunca tinha acontecido”.
Além de Joilton e Joseilson, o casal tem outros quatro filhos, um deles se encontra em casa de recuperação para dependentes químicos e uma mora na Espanha há mais de uma década.

A Tarde Online
/ Resistencia Cristã

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